Carpe Diem
Não há nada mais certo nesta vida do que a morte. É mesmo a única certeza que temos. E, ainda assim, não deixa de nos apanhar sempre desprevenidos. Não deixamos de nunca estar verdadeiramente preparados. Mesmo que a pessoa em questão estivesse muito doente. Mesmo que, como se diz, "seja melhor assim".
Custa sempre. É sempre uma surpresa. Lá no fundo, achamos sempre que pode melhorar, que pode não ser já. Chega a ser egoista querermos que a pessoa fique mais tempo por cá.
E depois, aquele sentimento estupido de que deveriamos ter estado mais presentes. Deveriamos ter ido lá mais vezes ve-lo. Deviamos ter escrito, deviamos ter ligado, deviamos ter estado. E esse sentimento perdura, misturado com uma saudade e uma impotência quase cegas e que não adiantam de nada.
E depois o tempo passa. E ficam as boas recordações, as gargalhadas, os momentos partilhados.
E há ainda o sentimento de que devemos aproveitar o que temos, quem temos à nossa volta. O tal carpe diem.
Mas, estupidamente, este também é um sentimento que depois tende a esmorecer, porque entramos no ritmo frenético do dia-a-dia...
Vale o que vale, mas vou tentar que perdure...
(sim, ainda estou com a neura, como se pode ver pelo teor do texto... mas está melhor!!!!)