Tenho amigas que nasceram para ser mães. É-lhes inato. Adoraram estar grávidas, o parto foi pacifico, vivem para os seus filhos, têm um, dois três e até quatro, na boa.
Eu não nasci para ser Mãe. De todo.
O T. foi planeado, e desejado, mas nada foi como eu esperava. Nunca é pelo que dizem...
Não gostei de estar grávida. O parto foi um horror. O primeiro mês foi para esquecer. No final da licença já tinha vontade de voltar a trabalhar.
Mas a verdade é que a intuição é uma coisa poderosa, e aos poucos, mesmo que não nasceu com o "dom", aprende. E há coisas que são naturais. Outras nem tanto, mas para isso temos a nossa própria Mãe, e temos amigas, e livros, e a internet (Google rules!). E eu ainda tenho a sorte de ter escolhido (ou de ter sido escolhida por...) uma pessoa que é um Pai fora de série.
Eu não nasci para ser Mãe.
Mas o T. é a melhor coisa que tenho na vida, faz de mim uma pessoa melhor, aprendo todos os dias com ele, e nada nem ninguém me faz tão feliz.
Nas palavras da Sofia, que escreve sempre tão bem, é mais ou menos isto:
Depois de ti. A alma inteira, o coração feliz. Contigo. O amor doce que alimenta os meus dias, o sorriso aberto onde cabem todas as certezas, o abraço pequenino que sabe a um céu muito azul, os dias que tornas sempre maiores e que juntam a primavera e o verão. De mãos dadas. Vivemos os outros dias, de inverno, de amuo e de birra. Aprender. A ser mais paciente, a ter a tua paz como minha prioridade. A ser princípio e fim. A resistir ao tempo, ao medo, às dúvidas, ao mundo, a tudo.
Depois de ti, contigo, de mãos dadas e sempre a aprender, vivo a renovação da minha única certeza absoluta: não há nada melhor, nem maior, no (meu) mundo do que ser (tua) mãe.
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