Quando mandei o meu monumental tralho no meu dia de anos, com o meu filhote ao colo, houve logo todo um ajuntamento de pessoas que veio, e ajudou - uns trouxeram uma cadeira para eu me sentar, outros trouxeram água, houve um casal com um baby da idade do meu que lhe passou arnica no joelho que ele bateu no chão...
E depois houve um australiano com ar de surfeco, cheio de rastas, que me carregou (literalmente!) até às urgências do hospital. Ele ia de um lado e o maridinho do outro, com o T. ao colo. Eu só agradecia enquanto tentava, mal, andar. E ele ia todo contente, e conversava com o T., e às tantas disse: "Eu agora estou aqui, a ajudar um desconhecido. O vosso filho está a ver isto, e um dia vai ser ele a ajudar um desconhecido. E assim, o mundo melhora".
Esta mensagem, tão simples, tocou-me imenso. E faz tanto, mas tanto sentido!
Desde então que penso nisto, e acho que realmente se, sempre que possível, todos ajudassemos alguém de alguma forma, o mundo era mesmo um mundo melhor.
No dia à dia, andamos na nossa correria, na nossa vida, e às vezes um simples gesto pode fazer a diferença. Não precisamos mudar o mundo sozinhos. Às vezes são pequenas coisas...
Por exemplo, estamos em grande arrumações lá em casa, e tenho lá algumas coisas que já não são usadas e que até me atravancam espaço no quarto que quero libertar - andei a pesquisar e a Camara de Oeiras tem um serviço de recolha de mobiliário que depois dão a pessoas que precisam.
Com isto, há um idoso que vive isolado ali na zona que vai receber um sofá-cama, uma cómoda e um aquecedor a óleo.
E assim, de repente, a vida de alguém melhora com algo muito simples.
:)